23 de fev. de 2013

A pressa

Nenhum comentário:
Tempo pra? Viver mais? Amar mais? Conviver mais? Pra que tanta pressa?
Buscamos sempre avanços tecnológicos, sociais e práticos do dia-dia e argumentamos essa busca no "ganhar tempo". Mas, volto a pergunta "Tempo pra?".
O que fazemos em nosso cotidiano, de tão importante e vital, para tentarmos sempre ganhar mais tempo para fazê-lo? Trabalho? Estudos? Compromissos? Tudo isso ocupa 2/3 de nossos dias (tirando as recomendadas 8horas de sono)?
Devemos sim trabalhar, já que o "trabalho é o que define o homem social" disse Marx, mas o quanto devemos? Com o que devemos trabalhar? Devemos sim estudar, já que é o modo que adquirimos conhecimento e aprendizado. Devemos sim arcar com nossos compromissos, pois são nossas palavras, confiança e responsabilidades em jogo.
Mas quanto tempo devemos dispor para tudo isso? Ou melhor, quanto tempo nós reservamos para VIVER? Os avanços em "ganhar tempo" foram ótimos, se avaliarmos o simples objetivo em que foram concebidos, mas um grande problema que levanto é para quê o homem quer mais tempo? Infelizmente para tudo, menos para viver esse tempo "a mais".
Quantos lugares novos conheceu nesse tempo a mais? Quantas pessoas conheceu? Quantos livros leu? Quantas poesias e músicas compôs? Quantas conversas, sem começo e nem fim, teve com seus familiares e amigos na sala de casa ou debaixo de uma árvore? Quantas caminhadas fez (ou a única corrida que faz é atrás de mais tempo?)?
Se procuras correr contra o tempo, que nunca parou sua caminhada ritmada em sua plena eternidade, é como correr atrás do vento, é vaidade!
Aqui adapto a conversa do gato de Cheshire com Alice,(acho que se fosse o coelho branco seria assim):
-          Gatinho de Cheshire (...) Poderia me dizer, por favor, como ter mais tempo?
-          Isso depende muito para quê quer esse tempo...
-          Para mim, acho que tanto faz...
-          Nesse caso, o tempo que já tens serve!



16 de fev. de 2013

Maldita Paixão

Nenhum comentário:

               Escrevo-te, e à todos
                na folha, com algo colorido que é teu.
                Tendo-te ao meu lado,
                louco sim, por querer saber o que pensas.

Sei que não quero-te
mas quero sim!
Guerreio-me comigo
para não tocar-te como não quero,
mas quero sim!
Olho-te nos olhos
sem querer invadir su'alma,
mas quero sim!

Não deveria contrariar-me
Não te vejo como merecedora do meu amor, 
sequer da minha infantil paixão.
Mas meu desejo é envolver-te o corpo
com meus braços, com meu corpo.
Desejo também a reciprocidade.
Maldição!

Quero abraçar-te!
Maldição!
Quero beijar-te!
Maldição!


15 de fev. de 2013

Sabimento IV

Nenhum comentário:
"Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os deuses." - Sócrates
"E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará." Jesus (João 8 , vs 32)

Há inúmeros pensadores, estudiosos e filósofos que comparam Sócrates e Jesus. Eu aqui me caberei de apenas unir as frases acima com uma pergunta: "O que devemos conhecer?"
Sócrates afirma que o conhecer à si mesmo é o primeiro passo para o homem se libertar, assumir seus erros, sua ignorância no pouco que sabe (só sei que nada sei), e então buscar a verdade absoluta da vida (como todo filósofo). E o modo que ele induzia as pessoas à conhecerem à sí é o questionamento, dos mais simples aos mais profundos, até que a pessoa conseguisse olhar para sí mesma e recomeçar a entender sua vida, sentimentos e pensamentos.
Jesus disse estas palavras quando explicava aos judeus sobre o julgamento e a limitação do pensamento deles, e disse que se andassem ao seu lado e ouvindo seus ensimanentos, conheceriam a verdade e ela os libertaria. Jesus, predominantemente, pregava o amor, a igualdade entre os próximos, que o homem era pecador e deveria reconhecer isso para perdoar à si mesmo e buscar, depois, o perdão divino.
Alguma semelhança notada?
Deixando de lado as diferenças de época, crença e discurso, ambos eram homens de origem simples, andavam entre pobres e ricos, o que falavam mostrou às pessoas que os ouviam uma nova maneira de viver e pensar; foram condenados por isso (já que desestabilizavam as ordens políticas e sociais da época). E a semelhança na questão "o que devemos conhecer?" é nítida nos dois: a verdade está em cada um de nós! Devemos nos conhecer, achar nossos "pecados" (ou nossas falhas como seres humanos) e assumí-los, buscar repensar nosso jeito de viver, pensar e sentir. Sócrates nos ensina que devemos olhar para nós nos interrogando a questão de nós mesmos; Jesus nos ensina que somos iguais em nossas diferenças, que nossas verdades são diferentes e a cada um cabe a sua.
Busquemos nossa liberdade! Voemos até o universo e aos locais divinos!

Posts Relacionados: Série Sabimento

8 de fev. de 2013

Para: minha garota

2 comentários:
Cupid by Daniel Powter on Grooveshark  
Aperte play

Minha garota,

Te escrevo esta carta, novamente sem destinatária, para dizer algumas coisas que pensei sobre você, mesmo sem saber se existe...
Sabe o que pensei nesses dias? Se você fosse real, como seriam seus olhos que me olhariam docemente após abrirem depois do beijo de bom dia, ou assustados na noite, quando fosse pedir um abraço apertado depois de um pesadelo. Será que seriam azuis para eu comparar o céu com eles e ver que, mesmo em dias chuvosos, eu poderia procurar a luz do dia neles? Ou marrons, tão escuros que refletiriam meus rosto bobo de admirá-los? Quem sabe verdes, daqueles enigmáticos quando num quarto escuros e reluzentes em contraste com a luz?
Também tentei pensar em seus cabelos... Se lisos eu ficaria tentando cachear a cada cafuné, daqueles que bagunçam, e você brigaria comigo como se não tivesse gostado. Ou se cacheados, de tal jeito que eu seguraria firme e me perderia entre os cachos depois que eu esquecesse de tudo porque estava te beijando. Até mesmo ondulados, tanto naturalmente ou ficando assim depois de eu acariciá-los quando deitada no meu colo.
As vezes eu iria notar a cor das suas unhas só pra esperar você me mostrá-las arranhando meu braço. Eu contaria algo que poderia te deixaria com ciúmes, mas não por maldade, só por saber que você não se importaria, mesmo algo dentro de você ficando bravo comigo por ter tocado no assunto. Poderia também me atrasar, só pra você sentir o gostinho de ansiedade que eu teria a cada espera para ver sua beleza, que você iria jurar ter que demorar todo aquele tempo pra conseguir e pra mim em menos de 5 minutos já seria a mais bela das mulheres. Roubaria beijos seus na frente das pessoas, e você me olharia com aquele olhar de "pára!", mas não resistiríamos em nos beijar mais e mais ali mesmo, onde quer que "ali" seja.
Já você, acho que iria as vezes brigar comigo por esquecer de você quando distraído com algo, ou por eu querer te dar atenção demais no momento que você não queria papo com ninguém; me restaria ter que ir atrás de você com um sorriso no rosto, chocolates nas mãos, um beijo apaixonado nos lábios, a roupa que você gosta no meu corpo, um abraço em meus braços e um pedido de desculpas decorado que sairia totalmente diferente do script. Faria chantagens pra me convencer a fazer algo, jogaria baixo sussurrando no meu ouvindo coisas que arrancariam um "sim" meu em 1 segundo. Mudaria os planos para não mais sairmos e ficarmos em casa abraçados no sofá, ou não faria mais a pipoca que comeríamos durante o filme para me levar para um passeio ao ar livre.
Nós dois juntos tentaríamos aprender a dançar, aprenderíamos a contar piadas e rolaríamos de rir em todas que contássemos errado, apostaríamos em quem dormirá primeiro e quando acordássemos na manhã seguinte nem notaríamos quem ganhou, enfim, não imagino mais o que você iria querer fazer ao meu lado (ou imagino, só que deixarei você imaginar um pouco também).

Com muito amor.

3 de fev. de 2013

Cidade Cinza

Um comentário:
A fumaça ainda domina os céus
As nuvens de chuva caem ácidas
As paredes são cinzas
E o verde que vejo é musgo

Gritos ao invés do rouxinol
A evolução dos homens que os desumanizou

Aqui uma manhã azul é rara
Uma tarde olhando o céu é desperdício
Um por do sol não é atrás da montanha
Uma noite estrelada não existe
E a madrugada não é silenciosa

Tudo é longe
Até as pessoas
Tudo é cheio
Menos as pessoas
Conteúdo do Wonder Yourself sob licença de direitos autorais e Lucas Andrade. Informações sobre divulgação e reprodução de conteúdo clicando no objeto imagem Licença Creative Commons