5 de fev. de 2010

Dez anos atrás

Há um momento, que se não ocorreu ainda, eu sugiro que tente fazê-lo: passar um tempo observando crianças, todas possíveis, desde as bem-educadas e certinhas, até aquelas traquineiras e "levadas", mas evite comparações, entre elas, e com você mesmo, apenas observe-as; ouça os sons de suas vozes, seus passos apressados ou tão lentos que os pés se arrastam no chão, note seus gestos, os toques com os brinquedos, com os amigos, a inimportância com a mão suja que vai à boca, ou à roupa, até a possível agressão à um "coleguinha", verbal ou fisicamente; o piscar de olhos, o bocejo, o olhar... Lembras de quando fostes assim? a despreocupação com o dia de amanhã, quando não sabias o valor do poder, do dinheiro, das palavras, dos tais gestos, sons, passos, agressões, e que não se deve colocar a mão suja na boca, ou limpá-la na roupa, não queriamos saber da crise mundial, do pouco aumento de salário, da corrupção política, do desmatamento, aquecimento global, que curso fariamos na universidade, casamento, filhos (mais crianças).
Quando éramos crianças queriamos ser crianças quando iamos brincar, ganhar presentes, sair para passear. Quando éramos crianças queriamos ser adultos para dormir mais tarde, sair com os colegas, fazer o que quisessemos. Quando, agora, somos crianças, não queremos ir a escola, ao trabalho, pagar contas, dar satisfações. Quando somos adultos esquecemos que já fomos crianças, que já fomos mais felizes por simplesmente querer ser feliz e não se importar com o resto.
Ainda podemos ser crianças, pois veja, as crianças falam o que querem, andam ou correm como querem, tocam, mexem, manipulam seus pertences, tem amigos, tem conflitos, nós apenas já sabemos que não é bom pôr a mão suja na boca, mas que devemos lavá-la. Não deveriamos nos ver como adultos/ jovens, deveriamos ser crianças crescidas, crianças que já podem dormir mais tarde, sair com os colegas, fazer o que quiser (tendo ciência das conseqüências), pois,mesmo quando eramos crianças, mesmo não querendo, tinhamos que ir à escola, dormir cedo, e quando somos crianças,hoje, temos de ir ao trabalho, pagar nossos débitos, e dar satisfações à quem devemos.
Não incito que deveriamos esquecer dos problemas, mas apenas encará-los como crianças, crianças que somos hoje, essa criança crescida, e não devemos esquecer que já fomos crianças, que rimos muito, nos divertimos, choramos quando nos machucamos, e que fomos felizes por simplesmente querer ser feliz; por querer ser criança.



nota:O título se refere a minha idade, pois tenho 18 anos, logo não preciso explicar o porquê de "Dez anos atrás"

4 comentários:

victor disse...

yeah....o problema é esse mesmo.....a mente esquece do seu poder quando criança, e se foca no seus problemas de adulto..

Unknown disse...

Hey Luc!
É, temos um poeta!

Adorei o blog!

Beijos, Sam.

wesley disse...

As preocupações e a necessidade de nós mesmos sentirmos que nosso objetivo foi alcançando segura a realidade da criança que infelizmente fica escondida dentro da nossa própria pele...
Isso ae man!

Samuka Justino disse...

ser criança enquanto adulto... essa é a senha.. haha xD

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